Devo me separar? A resposta que você não vai querer ler

Devo me separar? A resposta que você não vai querer ler - Quando nosso relacionamento não vai bem, entendemos que só existem dois caminhos

Devo me separar?
A resposta que você não vai querer ler

Devo me separar?

A vida poderia ser mais simples se todas as respostas se resumissem ao

SIM ou NÃO.

Mas, infelizmente, nossa vida, nossos relacionamentos são muito mais complexos.

Existe um ponto sempre muito impactante em toda e qualquer decisão que tomamos na vida, ela tem consequências que não podemos prever e das quais não podemos fugir.

Vamos a um pequeno teste:

Você está fugindo de uma pessoa armada que quer te matar. Você, de repente, chega à beira de um precipício profundo e para. O seu perseguidor está quase te alcançando. Agora se continuar em frente você cai no precipício, se voltar, terá que lidar com um perseguidor que quer te matar.

O que você faria?

Dezenas de pessoas já responderam a essa pergunta e as respostas sempre foram as mesmas, ou ficavam para levar tiro ou pulavam no abismo.

Você, provavelmente ficou entre essas duas opções, também.

E por que você escolheu entre o precipício ou levar tiro? Não havia mais opções? Não havia mais possibilidades? Eu não disse que só havia essas duas escolhas. Eu apenas mostrei as duas mais óbvias.

A vida não é feita de sim ou não.

A vida não é feita de sim ou não
Devo me Separar? – A vida não é feita de sim ou não

Quando nosso relacionamento não vai bem, muitas vezes entendemos que só existem dois caminhos:

  • Continuarmos juntos e infelizes
  • Ou nos separarmos.

Mas será que só temos, mesmo, essas duas opções?

Assim como no teste do precipício, temos que olhar nossa situação de forma mais abrangente.

Não havia somente as opções de se jogar no precipício ou ser perfurado por balas.

Você poderia ter continuado a correr à esquerda, à direita, ter tentando se esconder numa moita, atrás da árvore, havia a possibilidade do perseguidor ter perdido você, poderia ter tentado encontrar uma forma de descer em segurança parte do precipício, etc.

Antes de se apegar a uma solução que parece óbvia, simples e certa, mas que nos leva ao fim, deveríamos ter colhido mais informações, perguntado sobre o local, sobre a distância do perseguidor, sobre a formação do precipício, do motivo pelo qual essa pessoa estava o perseguindo, se essa pessoa sabia realmente atirar e, até mesmo, se a arma que ele portava era de verdade.

Se você soubesse que o perseguidor estava há meio quilômetro de distância de você, ainda, assim, se atiraria no precipício?

Não sabemos o que é felicidade

Nós acreditamos que a felicidade é um estado perene, ou seja, devemos alcançá-la e a partir dali vivermos o estado de prazer proporcionado por ela eternamente.

Mas, na realidade, vivemos frustrados por nunca alcançarmos esse estado.

  1. Seremos felizes quando tivermos um namorado
  2. Seremos felizes depois que nos casarmos
  3. Seremos felizes depois que tivermos filhos
  4. Seremos felizes depois que os filhos crescerem
  5. Seremos felizes quando pudermos brincar com nossos netos
  6. Seremos felizes quando nos aposentarmos e pudermos curtir a vida
  7. Ou seremos felizes depois que morrermos.

Onde habita esse ser mítico e lendário que é a felicidade que nunca alcançamos?

Devo me separar? – Não sou feliz no meu relacionamento amoroso.

Bem-vindo aos milhões e milhões de pessoas que descobriram que ter um relacionamento não é sinônimo de felicidade.

Relacionamento não traz felicidade, relacionamento só acrescenta conflitos à nossa vida, sendo bem realista.

Ser sozinho, porém, não traz vantagens em relação a vida em casal, porque apenas vivermos conflitos diferentes. A vida é cheia de conflitos, acredite.

Será que no início da humanidade existia a ideia de felicidade no relacionamento?

O tal amor que todos buscamos nada mais é do que um acréscimo de sonhos, esperanças, projeções, frustrações e preocupações à nossa vida.

Quando somos sozinhos nos preocupamos apenas com nossa própria existência. Quando compartilhamos nossa vida com alguém, nos preocupamos com outra vida, além da nossa. E quando temos filhos, multiplicamos nosso amor e junto nossas preocupações.

Podemos concluir que não fomos feitos para sermos felizes, fomos feitos para vivermos na linha divisória entre felicidade e a tristeza, colhendo sempre um pouco de cada uma.

Mas existem tantos casais felizes que conheço…

Mas existem tantos casais felizes que conheço…
Mas existem tantos casais felizes que conheço… – Foto de Tristan Le:

A pergunta é – Será que conhece realmente esses casais?

Somos seres sociais, mentimos socialmente como forma de autopromoção, de aceitação, de inclusão, vivemos sempre com nossas máscaras, ou seja, aquilo que você vê em muitos casais é apenas a máscara que eles usam para dizer à sociedade que são felizes.

Mesmo convivendo com eles diariamente você ainda assim poderia continuar afirmando que eles são felizes.

Sempre vai existir algo que não vemos, os sentimentos dessa pessoa, não podemos ver o que ela tem por dentro – dores, medo, perspectivas, anseios, desejos, o antagonismo dos seus sentimentos, etc.

Existe uma grande diferença entre estar e ser feliz.

Nós queremos ser felizes, ter a felicidade como um estado permanente, mas, o que temos, na verdade, é o estado passageiro.

Estamos felizes em muitos momentos de nossa vida, no entanto, esse estado passageiro, logo, é substituído por outros sentimentos.

Idealizamos a felicidade através das nossas conquistas e realizações, mas o que não entendemos é que a natureza dessa felicidade é sempre passageira.

Relacionamentos não são feitos para nos fazer felizes

Tendo como base que não podemos vivenciar uma relação de felicidade plena e eterna, você entende que grande parte das suas frustrações no relacionamento não têm fundamento.

Relacionamento é a união de duas ou mais pessoas para uma convivência que pode ou não ser eterna.

Mas esse relacionamento não é garantia de felicidade para ninguém.

Unir duas ou mais pessoas para viverem sob o mesmo teto é apenas a soma dos problemas multiplicado por dois, mas também a soma da felicidade multiplicada por dois e de tristezas multiplicadas por dois, do amor multiplicado por dois, e assim por diante…

Relacionar-se é ter alguém que, na sua imperfeição, compartilha seus momentos bons e ruins.

Até onde o sofrimento é aceitável?

Conheci certa vez um casal de idosos que viviam de mãos dadas pelas ruas. Onde os via, pareciam esfregar na cara dos outros a felicidade que viveram durante toda uma vida.

Mas, um dia tive a oportunidade de conversar com a senhora, e logo, pus-me a elogiar o amor que parecia unir ela ao marido. Ela ouviu, agradeceu e depois me disse.

– O meu marido não vale o feijão que come. Passou a vida inteira bebendo, jogando, brigando na rua, farreando, me traindo, até filho fora do casamento ele tem. Um verdadeiro traste.

– Mas, vocês parecem se dar tão bem, ser tão felizes juntos.

– Sim, nos damos muito bem. Embora ele tenha aprontado tanto na vida, era um marido que sempre me respeitou dentro de casa, sempre cuidou de mim, dos nossos filhos, da nossa família, nunca nos deixou faltar nada, sempre esteve presente, mesmo com seus erros sempre sabia pedir perdão e sempre provava que me amava. Eu tinha duas alternativas, pensar no seu lado ruim ou no seu lado bom – eu optei por só enxergar o seu lado bom e assim posso dizer que sempre vivemos bem um com o outro.

Estou contando isso para que você entenda que o que todo mundo via não era o que realmente acontecia naquela casa e que, cada um escolhe a forma de lidar com os problemas.

Ninguém é perfeito e ninguém passará uma vida fazendo você feliz, se é isso que espera encontrar num relacionamento, esqueça, pois isso não existe.

Relacionamentos são construídos com tristeza e felicidade, alegria e tristeza, medo e coragem, desilusão e esperança,… sempre um pouco de cada coisa. A sua forma de enxergar isso é que determina como você vai lidar com a situação.

Relacionamento saudável, relacionamento tóxico e outras balelas que dizem sempre a mesma coisa

Devo me separar. A resposta que você não vai querer ler1
Devo me separar. A resposta que você não vai querer ler – Foto de Alex Green

Rótulos. Cada um dá o rótulo que deseja a si ou a situação que vive.

Uns dizem que vivem um relacionamento abençoado, outros dizem que vivem um relacionamento amaldiçoado; uns, na modinha da psicologia, dizem que tem relacionamento tóxico, outros tem relacionamento saudável,…

Mas, no final, todo o relacionamento é a mesma coisa, bom e ruim, abençoado e amaldiçoado, tóxico e saudável, narcisista e altruísta, abusivo e ponderado, etc.

Relacionamentos são assim, um misto do que há de melhor em nós com o que há de pior, e saber lidar com essa variante é o que garante um relacionamento duradouro.

Devo me separar ou não?

Não faz muito tempo eu escrevi um artigo que fala sobre o momento certo de terminar o relacionamento e se encaixa muito bem ao que estamos falando aqui. Leia

Qual o momento certo para terminar um relacionamento?

Vou resumir a mensagem que julgo mais importante.

Para mim, o único motivo que justifica a separação é a violência.

Quando existe violência física, moral ou psíquica é, certamente, o momento de terminar o relacionamento.

Quando a violência entra num relacionamento é um alerta para que você, realmente, saia dele.

Posso afirmar que 100% dos outros problemas podem ser resolvidos ou superados e não justificam o fim da relação.

Separação é a decisão mais fácil para quem não está disposto a lutar pela relação

  • Abandono emocional tem solução
  • Traição tem solução
  • Falta de carinho tem solução
  • Falta de intimidade tem solução
  • Carência tem solução
  • Falta de entendimento tem solução
  • Brigas no relacionamento tem solução
  • Ausência de comunicação tem solução
  • Problemas financeiros têm solução

Para praticamente tudo existe uma solução, mas, geralmente envolve muito trabalho para ambos os parceiros, muita força de vontade, muita dedicação e compromisso para superar as mágoas e angústias.

Outro ponto importante é que muitas vezes o defeito que vemos no nosso parceiro, não passa de um reflexo nosso, ou seja, muitas vezes o problema não está no outro, mas em nós mesmos.

Separar é apenas parar um processo por um curto período.

Pouco tempo depois podemos ter um novo parceiro e nos vermos diante dos mesmos desafios.

Homem é tudo igual

Falando com a G.S uma das nossas leitoras ela me disse, em determinado momento,

“homem é tudo igual”.

Ela enfrentava um problema no seu relacionamento e estava querendo se separar. Tentando entender a história pedi que me contasse a sua vida.

Engravidou aos 16, o pai, de 15, não assumiu, ela ficou morando com os pais. Aos 19 conheceu um sujeito, saiu com ele duas vezes e na terceira foi morar com ele e descobriu depois que ele era usuário de drogas e traficante. Em dois meses estava apanhando desse sujeito e grávida. Antes do filho nascer ela já tinha terminado com ele e conhecido outro cara que tinha 30 anos, morava de favor na casa da mãe, usava drogas e vivia tendo recaídas que o levavam para a cama da ex. Ela largou dele, e tentou namorar, dessa vez um cara direito, que frequentava igreja, não bebia, não fumava, era atencioso, romântico e ciumento, muito ciumento. E ela queria largar dele porque ele era um frouxo, não dava conta do recado, meloso, chato, só pensava em viver na igreja e vivia enchendo o saco com ciúme só porque ela dançava funk, usava roupas curtas e vivia indo em bailes sozinha. Esse também teve um filho com ela. E, ela terminou com ele mais tarde.

Será mesmo que todos os homens são iguais?

Essa história é para ilustrar que nossa satisfação com um relacionamento depende mais de nós mesmos do que necessariamente do que o outro faz ou deixa de fazer.

Quando nos separamos por conta de problemas que podem ser superados, geralmente estamos apenas mudando o endereço dos problemas.

Não mudamos nossos critérios de escolha, não percebemos que o maior problema em nossas vidas, somos nós mesmos e a nossa óptica errada de relacionamentos.

Conclusão

Nossas decisões são muitas vezes tomadas levadas pela emoção ou sentimentos, é assim quando começamos e, também, no fim do relacionamento.

O grande problema dos relacionamentos, hoje, é que perdemos o respeito pela instituição familiar, e com isso, acreditamos que, se um relacionamento não dá certo é porque foi feito a escolha errada, e ficamos pulando de galho em galho como macacos.

Esse poder de terminar um relacionamento nos limitou a experimentar…

Experimentamos o namoro, experimentamos o casamento, experimentamos a maternidade, e quando encontramos desafios ou o lado negativo acreditamos que tudo está errado e buscamos uma nova história na esperança de que o final seja diferente.

Mas não é, nunca é.

Os vícios de um relacionamento são transferidos para o novo, os problemas, também, junto com as projeções, os sonhos, os ideais e as crenças erradas…

E tão logo voltamos a estaca zero, crentes que um dia encontramos a pessoa certa que nos fará felizes eternamente.

Mas o que dissemos nesse artigo, não se trata da pessoa certa, se trata da forma certa de se viver, entendendo que relacionamento não é sinônimo de felicidade, mas de construção mútua de uma convivência harmônica onde todos da família dividem seus sonhos, suas alegrias, suas tristezas e desilusões, isso, sim é um relacionamento de verdade.

Se você devo ou não devo me separar é preciso refletir, pensando em tudo o que tem ou teve de bom e tudo que tem ou teve de ruim.

E como base use relacionamentos anteriores para saber se o problema é realmente essa relação ou se o problema está na sua forma de se relacionar com as pessoas.

Bibliografia

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‌MATEO, Ashley. How to Know if You’re in an Unhappy Relationship. Oprah Daily. Disponível em: <https://www.oprahdaily.com/>. Acesso em: 22 out. 2022.

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SMITH, Sylvia. 10 Things You Must Know Before Separating From Your Husband. Marriage Advice – Expert Marriage Tips & Advice. Disponível em: <https://www.marriage.com/>. Acesso em: 22 out. 2022.

Things to Consider Before You Separate. Focus on the Family. Disponível em: <https://www.focusonthefamily.com/>. Acesso em: 22 out. 2022.

Valdir Bressane
Valdir Bressane

Valdir Bressane é escritor, redator, web designer e especialista em Marketing Digital, estudante de Letras.

Com presença na web desde 2013, destaca-se na criação de vários blogs e sites com grande autoridade.

Está em Laguia Brasil contribuindo com artigos relacionados aos seus nichos de trabalho, enriquecendo o conhecimento dos nossos leitores

Artigos: 96
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