Representação Social – síntese ilustrada
Representações sociais ocupam papéis, ora positivos, ora negativos, sob determinadas óticas. Mas, o que são e qual o impacto delas na sociedade?

Não há como falar de representações sociais sem entender o papel que os meios de comunicação desempenham quando tentam ganhar os seus espectadores na briga pela audiência.

Guerra pela audiência

Um programa, uma novela, um telejornal, etc, só tem audiência porque existem pessoas que os assistem, que consomem este conteúdo, que se identificam com os programas.

Mas por que nós assistimos a isto?

Por que nos deixamos levar pelas histórias e consumimos grande tempo de nossas vidas em frente às telas?

Numa resposta simplificada poderíamos dizer que é apenas por nossa própria escolha.

Mas, por que fazemos essas escolha?

Podemos ser capturados pela mídia de duas formas:

Conscientemente

Conscientemente quando paramos para pensar: –

O que eu quero assistir hoje ou ouvir?

Isto nos leva a analisarmos o nosso momento psicológico e emocional, e tomarmos uma decisão racional.

Exemplo:

Podemos chegar estressados em casa, pensando, em assistir alguma coisa bem relaxante ou ouvir algo que nos proporcione prazer, para mudar o foco do nosso pensamento.

Inconscientemente

Inconscientemente isso também pode acontecer, mas, desta vez não paramos para a analisar as nossas opções. Somos controlados por alguma estranha força, sabendo de antemão o que desejamos.

Exemplo:

Você terminou um relacionamento e, de repente, parece que tudo o que assiste e ouve fala sobre, amor, desejo e a tristeza do coração partido.

Seria coincidência?

A obrigação e a fantasia

Quem nunca ouviu o termo – “fugir da realidade”?

Todos temos a nossa forma de fazer isso.

Vivemos diariamente em dois mundos bem distintos:

O mundo das obrigações

Acordar cedo, estudar, trabalhar, cuidar da casa, educar filhos, pagar as contas, ter um chefe carrasco, ter uma jornada exaustiva de trabalho que nos conduz a um salário ridiculamente desproporcional ao nosso esforço, etc

Tudo isso é o nosso famoso mundo real, ou o mundo das obrigações.

Sim, ele é o motivo dos nossos estresses, das noites insones, das brigas do casal, etc.

O mundo da Fantasia

Quem nunca, numa conversa, teve que responder a pergunta:

O que você faria se ganhasse o prêmio milionário da Mega Sena Acumulada?

E, sem muito esforço, temos um discurso para o uso consciente ou não dos milhões ganhos.

Se analisarmos, notaremos que todo mundo já tem um projeto montado:

  • Mudar-se de cidade
  • Comprar imóveis
  • Viajar pelo mundo
  • Ajudar os outros ou se negar a isso, etc.

Mas, em que momento essas pessoas pararam para pensar em tudo isto?

No momento em que fugíamos da realidade, do mundo das obrigações.

Graças ao mundo da fantasia é que muitas vezes conseguimos viver no mundo das obrigações. Através da fantasia idealizamos o nosso futuro e podemos nos conformar ou nos motivar a seguir em frente no mundo real.

A mídia nos fornece a fantasia

volar hasta donde nuestra imaginación nos lleva
Vivemos no mundo das fantasias

As novelas, o rádio, os programas, filmes, revistas, e toda a cadeia de publicidade, nos inundam com a fantasias, as possibilidades, os sonhos, o irreal.

Consumimos fantasia diariamente, elas nos guiam, nos tiram das nossas dúvidas, dificuldades ou necessidades.

O conjunto de imagens, sons, tramas e personagens com os quais acabamos nos identificamos, funcionam como um elo entre o mundo da fantasia e o mundo real.

  • Nos alegramos quando vemos o amor vencer todo o preconceito de classes sociais ou intelectuais;
  • Nos sentimos vingados quando o malvado é punido pelos seus crimes;
  • Nos emocionamos quando vemos alguém vencer os próprios limites;
  • Nos inspiramos quando vemos alguém vencer;

Nossas emoções são conectadas, de modo inconsciente aos personagens ou situações vividas na ficção, pois, no fim, é o que desejemos a nós mesmos.

Essa conexão nos traz a esperança de um mundo melhor, o mundo perfeito para o meu eu.

Mas a publicidade vai muito além na criação de conexão com o receptor, é o que acontece quando propagandas buscam fazer com que entendamos que se usarmos determinado produto, poderemos viver situações semelhantes às da propaganda, ou sermos tão “poderosos” ou “desejados” quanto o personagem dela.

Esse caso específico é a chamada identificação projetiva.

Representação Social – identificação projetiva
Representação Social – identificação projetiva
Representação Social – identificação projetiva
Representação Social – identificação projetiva

Identificação Projetiva – o Cinema sabe o que faz

De certa forma o cinema matou parte da literatura, da literatura feita de romances populares.

As pessoas, no final do século XIX, trocaram os livros pelo cinema que acabara de surgir.

O cinema veio para apaixonar, nos fazer sonhar, nos proporcionar prazer e despertar, em nós, os mais variados sentimentos.

Quem primeiramente aderiu ao cinema foram os operários e camponeses, principalmente imigrantes, em solo norte-americano, fugidos do horror da Primeira Guerra Mundial em seus países de origem.

O Pesadelo

Mas “fazer a América” não era exatamente um “sonho”, estava mais para pesadelo.

Sem dinheiro, sujeitando-se aos piores trabalhos, esses imigrantes sofriam horrores para sustentarem suas famílias.

Neste ambiente de insegurança, desespero e tristeza, o surgimento do cinema veio proporcionar o divertimento e o consolo.

A Primeira Guerra Mundial foi um dos ingredientes que fizeram com que o cinema prosperasse e se popularizasse.

Como toda a Europa estava envolvida diretamente com a Guerra não puderam perceber o início do cinema dos EUA.

O som ainda não existia no cinema o que tornava os filmes algo que poderia ser assistido pelo mundo inteiro, rompendo as barreiras linguísticas.

Mas, de fato, o que mais pesou nesse ganho de popularidade foi que a magia transmitida pelo cinema tinha a incrível facilidade de aplacar o medo e a insegurança dos expectadores.

Rapidamente a indústria cinematográfica percebeu o poder do cinema, e os EUA passaram a produzir histórias que as pessoas queriam assistir.

Nesse aspecto é que a identificação projetiva, como o próprio nome sugere, acontece quando projetamos nossos sonhos em personagens fictícios.

Evolução

Quando Charles Chaplin entendeu essa conexão criou personagens que refletiam a vida real como Carlitos e o Vagabundo(The Tramp).

As histórias contadas por Chaplin e tantos outros passaram a se conectar com o público e a influenciar o seu comportamento.

Logo chegou a televisão, repetindo o sucesso do cinema, agora, já como eficiente meio de publicidade, pois, entrava na casa dos expectadores e podia lhes apresentar os mais variados produtos.

Durante anos a televisão ditou regras de comportamento, moda, estética, sexualidade e muito mais.

E passou a se reinventar, sempre apresentando novas formas de conectar o expectador aos seus programas.

No final do Século XX, chegamos aos realitys shows, programas que se tornaram mundialmente famosos, que consistem, basicamente, em permitir que o expectador acompanhe a intimidade da vida de pessoas anônimas como ele.

Além da Identidade projetada acontece o voyeurismo, que é o processo de observar a intimidade de pessoas a distância, sem que elas tenham conhecimento de que estão sendo observadas.

A realização através do subconsciente – A Catarse.

Identidade Projetiva leva à catarse, que nada mais é do que a descarga de tensão emocional.

A Catarse não é propriamente boa, pois pode levar a alienação da realidade, onde o expectador acredita que sua vida seguirá o mesmo roteiro fictício a que assiste.

Um exemplo disso está no vídeo abaixo:

Identidade Projetiva leva à catarse

Mas a catarse não ocorre somente com obras de ficção, ela acontece até mesmo com programas jornalísticos, os ditos sensacionalistas, que sempre trazem o lema de mostrar a realidade. Programas que falam de brigas, de problemas de relacionamento, de pessoas desaparecidas, os que mostram catástrofes, violência e misérias.

Eles tem como objetivo despertar a dor do expectador que se imagina naquele sofrimento e, que, em seguida, sente-se aliviado por aquilo não acontecer consigo.

Esses são exemplos de catarse emocional.

catarse emocional.
catarse emocional.
catarse emocional.

As consequências

Pessoas que consomem muito esse tipo de conteúdo podem sofrer da distorção da realidade e alienação.

Isso pode levar o expectador a criar expectativas falsas da realidade, acreditando que poderão, sem esforço algum, terem suas vidas transformadas, que o amor da sua vida um dia vai trombar com ele na rua e tudo será lindo e maravilhoso, que poderão ganhar um grande prêmio, muito dinheiro e mudar os seus rumos.

Essas expectativas nos fazem ignorar os contextos sociais e financeiros em que vivemos, fazem com que busquemos a realização na fantasia e esqueçamos do real.

Representação social – identidade projetiva

Imagem de mãe e filha brincando enquanto cozinham um bolo. Mulher loira brincando com sua filha na cozinha. Receita de doce feita em família.
Representação social – identidade projetiva

Quem nunca ouviu essa frase:

Lugar de mulher é na cozinha!

Esse é um exemplo de representação social.

Representação social é o conjunto de ideias e crenças arraigadas na sociedade, aquilo que acreditamos ser certo, mas não sabemos porque pensamos isso.

As representações partem de diversas expressões da cultura da nossa sociedade – língua, arte, religião, mídias, etc.

A ideia de que lugar de mulher é na cozinha, de que mulher tem que se casar, ter filhos, etc, é um exemplo daquilo que nossa sociedade projeta na mente de todo o indivíduo que compartilha daquela determinada cultura social.

Se você compartilha essas ideias, mesmo que não as confesse para ninguém, mesmo que racionalmente as negue, pergunte-se em que momento essas ideias chegaram à sua mente.

Parece que elas sempre estiveram presente.

Era esse o papel da mulher em nossa família, na casa do vizinho, na comunidade toda em que vivíamos, nas novelas, enfim, não conseguimos precisar em que momento tomamos isso como a nossa verdade, pelo fato de que não fomos nós que decidimos, racionalmente, a ter esse pensamento, ele é o reflexos das nossas representações sociais.

O maior problema desse tipo de representação é que ela provoca a identificação projetiva, e reforça um modelo de comportamento que pode não ser verdadeiro para todos da sociedade.

Esse pensamento arraigado pode levar a mulher que não cumpre esses papéis a se sentir excluída e até mesmo envergonhada de não corresponder às expectativas que a sociedade tem em relação a ela.

Portanto, representações sociais podem ser perigosas, elas podem estar arraigadas a sentimentos, ideias, conceitos e senso de pertencimento de um indivíduo.

Mas, por sorte, as representações sociais sofrem alteração ao longo do tempo e espaço em que acontecem.

Recentemente falávamos que o papel da mulher na sociedade era de completa submissão ao marido. O comportamento vigente ditava que o marido era o “dono” da esposa, podendo fazer com ela o que bem lhe aprouvesse, pois, “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”.

Os conceitos mudaram, hoje, o Estado criou mecanismos que protegem e defendem a mulher contra esse tipo de pensamento. E não só isso, como evoluiu nas leis de proteção, também, de crianças e adolescentes, os quais viviam, da mesma forma, sob o jugo do pai.

Pouco a pouco, notamos que os conceitos se alteram.

As representações podem ser muito negativas para a sociedade quando passam padrões, modelos, de corpo, cor, posição social, intelectual ou financeira, que podem gerar muitas violências simbólicas,

Representação social pode ter algo de positivo?

Sim. A representação social é positiva quando os meios de comunicação, como novelas, retratam a vida de pessoas que apresentam algum tipo de deficiência física ou intelectual e as mostram integradas à sociedade, ou seja, trabalhando, estudando, namorando, etc.

Essa representação tem o potencial de quebrar preconceitos da sociedade.

Os estereótipos

Os estereótipos acontecem quando a representação social iguala membros de uma sociedade por suas características.

A origem da palavra é do grego stereo (rígido) e tipo (traço), ou seja, traço rígido, um traço bem marcado, aquilo que não pode ser apagado facilmente, inalterável.

Estereótipos são imagens preconceituosas de determinados grupos sociais.

Nesse momento nós podemos acreditar que não temos estereótipos, no entanto, o cotidiano pode nos provar que somos uma enciclopédia deles.

Quem nunca viu uma pessoa pela primeira vez e a taxou negativamente? – “esse tem cara de bandido”, “essa tem uma cara de sem vergonha”, “esse parece corno”, etc. Tudo isso são estereótipos arraigados em nós, opinião formada baseada em fontes que desconhecemos. Usamos de experiência passadas e encontramos similaridades físicas ou comportamentais que, num primeiro momento, podem justificar o nosso julgamento que, na maioria das vezes, se prova errôneo.

Por exemplo:

  • Ladrão ==> pobres ou negros pobres
  • Policiais ==> brancos gordinhos ou corruptos violentos
  • Orientais ==> inteligentes ou artistas marciais
  • Loiras ==> burras

O estereótipo não tem base de experiência direta, ou seja, você pode nunca ter conhecido uma loira realmente burra, no entanto, guarda em si o estereótipo preconceituoso e, provavelmente ele aflore à sua mente cada vez que você se depare com uma loira.

Estereótipos são perigosos.

Tipos de esteriótipos:

Estereótipos raciais:

Os estereótipos raciais se focam no pertencimento de um grupo racial, impondo características morais e éticas para todos os indivíduos que dele fazem parte.

Exemplos de estereótipos raciais:

  • Negros são bandidos;
  • Portugueses são burros;
  • Alemães são racistas;

Entenda que dentro de um grupo étnico podem ser encontrado todo o tipo de pessoas, as boas e as más, mas, isso não significa que se um negro rouba, todos os outros façam o mesmo. Existem ladrões, brancos, negros, gordos, magros, homens, mulheres, crianças, idosos, brasileiros, argentinos, americanos, europeus, orientais, etc., enfim, isso não é característica de um grupo étnico ou racial.

Estereótipos de Classe:

Esses estereótipo são construídos baseados no pertencimento a uma determinada classe social.

Exemplos:

  • Pobres são ignorantes e ricos são cultos
  • Pobres são mal-educados, sem educação
  • Ricos são arrogantes e fúteis
  • Ricos são corruptos ou corruptores, ou gananciosos

Estereótipos políticos:

Acontecem quando classificamos um grupo de pessoas segundo suas opções ou preferências políticas.

Exemplos:

  • Petistas são burros e ignorantes
  • Bolsonaristas são machistas e violentos

Esses são os exemplos mais atuais que circularam durante as Eleições Presidenciais de 2022, mas, você, certamente, já ouviu, em sua cidade, comentários como esse acerca da política local.

Estereótipos de gênero:

Esse acontece na identidade de gênero ou orientação sexual.

O estereótipo de gênero afeta milhões de mulheres e meninas nos mais diferentes países, independente dos seus níveis de desenvolvimento. Esse não é um estereótipo que deva ser subestimado, pois ele pode trazer consequências muito prejudiciais para a formação da mulher, limitando suas aspirações e opções de carreira.

Se eu pedir para você pensar na imagem de um piloto de avião.

Há uma possibilidade imensa de que a imagem que tenha surgido na sua mente, seja a de um homem e não de uma mulher. Isso mostra o poder do estereótipo, confirmado pelas estatísticas que dizem que apenas 3% dos pilotos de avião são do sexo feminino.

Exemplos:

  • Mulheres são fracas, homens são fortes;
  • Mulheres são emocionalmente instáveis;
  • Homossexuais são promíscuos;

Existem muitos outros esteriótipos em nossa sociedade.

Esteriótipo profissional, capacitista, etário, religioso, da beleza, etc.

Conclusão

Ao longo da História as representações sociais ocuparam papéis, ora positivos, ora negativos, sob determinadas óticas.

Uma sociedade perfeita, talvez, seja utopia. A humanidade não é homogênea, simplesmente porque cada ser tem suas particularidades que influenciam seus próprios julgamentos sobre os outros e sobre si mesmo.

O preconceito não é apenas fruto das representações sociais, dos estereótipos, mas da própria capacidade humana de pensar e encontrar parâmetros para medir a minha capacidade e a alheia.

Juntássemos dez bebes e os separássemos de toda e qualquer influência externa, seria mesmo possível que eles vivessem durante toda as suas existências de forma igualitária, justa e sem nenhum tipo de preconceito ou conflito?

Obviamente, o fato de nunca podermos ser justos e igualitários, não abona o preconceito ou a discriminação, pois, indiferente ao meu e ao seu pensamento, vivemos numa sociedade feita de pessoas desiguais, mas detentoras dos mesmos direitos de ser e viver livres, fora do alcance do julgamento alheio.

Referências

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EDUCA MAIS BRASIL. Educa Mais Brasil – Disponível em: <https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/sociologia/estereotipo>. Acesso em: 10 ago. 2023.

Gender stereotyping. Disponível em: <https://www.ohchr.org/en/women/gender-stereotyping>. Acesso em: 11 ago. 2023.

MARCOS MESQUITA FILHO; CREMILDA EUFRÁSIO; MARCOS ANTONIO BATISTA. Estereótipos de gênero e sexismo ambivalente em adolescentes masculinos de 12 a 16 anos. Saude E Sociedade, v. 20, n. 3, p. 554–567, 1 set. 2011.

‌O QUE É INDÚSTRIA CULTURAL. Teixeira Coelho . Disponível em: <https://docplayer.com.br/22777-O-que-e-industria-cultural-teixeira-coelho.html>. Acesso em: 10 ago. 2023.

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UNSTEREOTYPE ALLIANCE. Disponível em: <https://www.unstereotypealliance.org/en>. Acesso em: 11 ago. 2023.

What are gender stereotypes and how to stop them? – Iberdrola. Disponível em: <https://www.iberdrola.com/social-commitment/gender-stereotypes-women>. Acesso em: 11 ago. 2023.


Valdir Bressane

Valdir Bressane

Valdir Bressane é escritor, redator, web designer e especialista em Marketing Digital, estudante de Letras. Com presença na web desde 2013, destaca-se na criação de vários blogs e sites com grande autoridade. Está em Laguia Brasil contribuindo com artigos relacionados aos seus nichos de trabalho, enriquecendo o conhecimento dos nossos leitores

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