Depressão Natalina
Por que ninguém me ama? Por que me sinto tão só?

Estamos nos aproximando do Natal, época que tem um forte sinônimo de felicidade, união e amor.

Mas, por que, em vez de ficar feliz, me sinto triste, me sinto tão só?

Por que sinto que ninguém me ama?

Por que sinto que não faço diferença alguma no mundo?

A Depressão Natalina

Por que ninguém me ama. por que me sinto tão so
Por que ninguém me ama? Por que me sinto tão só? – Imagem de Susan Cipriano

Existe uma explicação bem sensata para isso:

O Natal e o Ano Novo marcam um compromisso que temos conosco de prestarmos conta do que foi realizado durante todo ano.

A mudança da rotina nos dias das festas também colaboram para o surgimento daquilo que chamamos de “depressão natalina” ou “depressão de fim de ano”.

Essa mudança de rotina, que se passa nos dias de festas, nos tira da nossa “área segura” e pode nos trazer à tona traumas vividos.

Por isso é muito comum termos pensamentos negativos e autodestrutivos como:

Por que ninguém me ama?
Por que me sinto tão só?

Soma-se a isso o fato de nos sentirmos obrigados a comungar a Felicidade e Alegria do Natal, de forma quase que forçada pelo ambiente.

Traumas recentes como o fim de um relacionamento podem ter um peso extra enorme nos sentimentos de angústia, melancolia e tristeza.

Se você está passando por um rompimento, separação ou divórcio, leia:
Como superar o fim de um relacionamento tóxico.

Brigas familiares também são acrescidas de juros e correção monetária, tudo para bagunçar ainda mais a nossa mente.

E pessoas depressivas tendem a se sentir pior nessas datas.

Com isso, tanta alegria ou expectativa de alegria entram em contraste com nossos sentimentos internos, resultando em:

  • Agitação e ansiedades extremas
  • Sentimento de culpa e de inadequação
  • Diminuição da capacidade de pensar com clareza
  • Dificuldade em se concentrar
  • Alteração no apetite
  • Incapacidade de dormir ou dormir demais
  • Dores de cabeça
  • Pode vir acompanhado de algum mal-estar ou cansaço extremo
  • Falta de interesse por atividades que normalmente nos trazem prazer como:
    • sexo
      • comida
      • amigos
      • hobbies
      • trabalho
      • entretenimento

Por que não damos o devido valor às doenças mentais?

Por que não damos o devido valor às doenças mentais
Por que não damos o devido valor às doenças mentais – Foto de Evelyn Chong

O mundo moderno trouxe-nos a maior de todas as pandemias, a pandemia das doenças mentais.

Diferente das doenças físicas que nos acometem, as mentais são menos diagnosticadas, menos pessoas procuram por tratamentos e são mais difíceis de serem assumidas ou entendidas como doença ou transtornos.

Isso porque acreditamos que somos os responsáveis por tudo o que sentimos e pensamos, acreditamos que nada pode interferir na nossa mente, que sempre estamos no controle.

Mas isso é um engano que leva milhões de pessoas à viverem sem qualidade de vida, sem prazer, sem felicidade, sem alegria e, pior, levam-nos a desenvolver doenças físicas graves.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estimou, em 2019, ou seja, antes da pandemia do COVID-19, já havia quase 1 bilhão de pessoas no mundo que viviam com algum distúrbio mental.

E, só no primeiro ano de pandemia, o número de pessoas que sofriam de ansiedade e depressão aumentou em 25%.

O que entendemos como sentimentos normais que podemos controlar, pode, então, ser um transtorno mental. Ansiedade e depressão são as mais comuns e podem ser tratadas quando diagnosticadas.

Tratamento psicológico, em alguns casos, podem resolver, em outros, é preciso o acompanhamento psiquiátrico, simplesmente, porque envolve o uso de medicamentos.

O grande problema das doenças mentais é o preconceito que muitos têm relacionado aos profissionais que tratam da saúde mental, como se, procurar um psicólogo ou psiquiatra fosse sinônimo de assumir uma incapacidade mental.

Se você tem sempre esses sentimentos de solidão, de falta de amor, procure um psicólogo, entenda que esses pensamentos, muitas vezes, não serão controlados sem o tratamento correto. Cuide da sua mente como cuida do seu corpo.

Por que no Natal é mais difícil lidar com os sentimentos de solidão e falta de amor?

O Natal traz consigo, de fato, uma grande carga de “obrigatoriedade” da felicidade. Isso nos gera o desconforto quando analisamos nossa vida, quando nos deparamos com a aparente felicidade dos outros, com as demonstrações de amor às quais nos sentimos incapazes de oferecer

Além disso, outros fatores podem aumentar a depressão natalina

  • Sentimento de obrigação de estar com a família
  • Dificuldade em interpretar o papel de pessoa feliz
  • Memórias ou traumas relacionados à acontecimentos nessa data podem vir à tona
  • Desconforto diante da pressão consumista
  • Mudança de rotina
  • Perda de um ente querido
  • Mudança de dieta
  • Aumento de estresse pelos gastos com presentes
  • Preocupações com as contas no mês seguinte.
  • Separação, divórcio ou rompimento

Leia também Depressão é Coisa Séria

Como superar a Depressão Natalina?

O primeiro passo e o mais importante é identificar o problema e entender que pode ser algo recorrente, que necessite de um acompanhamento de um profissional de saúde mental. O psicólogo é indicado como a porta de entrada para um tratamento, então, agende uma consulta.

Mas daremos algumas dicas que podem judar a superar um pouco dessa tristeza, angústia, melancolia:

Faça o que você quer, não o que os outros esperam que você faça.

Essa dica é muito importante, pois enfrentar reuniões familiares quando essas nos trazem desconforto emocional só irá prejudicar o seu quadro.

Portanto não se obrigue a ir à lugares onde não queira estar. Encontre uma atividade que seja realmente o que você deseja e faça.

Seus amigos e familiares poderão, certamente, superar a sua ausência e você estará melhor fazendo o que gosta, sem ter que interpretar um papel que não é seu,

Menos expectativas:

Embora estejamos, geralmente, aproveitando férias ou folgas é importante não tornar isso um compromisso que consumirá todos os seus dias de férias.

Os rituais são apenas rituais, mudá-los pode ser uma alternativa para diminuir o sofrimento.

Não faça do Natal ou Ano Novo um compromisso que consumirá os seus dias sem que você esteja bem com isso.

Algumas pessoas amam tudo isso, preparar jantares, preparar a casa, a mesa, etc; outras, entretanto, não gostam e não há nada de errado com isso.

Voltamos à primeira dica, faça aquilo que o deixe confortável e satisfeito, mesmo que isso seja apenas ficar em casa assistindo um filme, comendo pipoca.

A coisa mais certa a se fazer no Natal é se sentir bem consigo mesmo.

Presenteie-se com o movimento

É mais do que comprovado o benefício das atividades físicas.

Se você passou o ano inteiro planejando se mexer, então, que tal aproveitar as férias e se exercitar?

Exercício físico é, certamente, um remédio para ansiedade e depressão, melhor do que muito tarja preta.

Encontre, então, uma atividade que proporcione prazer, não é interessante fazer algo que nos aborreça ou que façamos obrigados.

Existem centenas de atividades físicas para fazer durante às férias:

Leia nosso artigo – Chi Kung Fonte de Saúde e Juventude

Enfim, qualquer exercício trará muito benefício e poderá tornar o seu Natal algo realmente satisfatório e prazeroso.

Alimentação.

Nossa saúde está intimamente relacionada à nossa alimentação.

Somos o que comemos, portanto, se alimentar bem é proporcionar ao corpo mais saúde, tanto física quanto mental.

Vamos às melhores práticas alimentares para enfrentar a depressão e ansiedade nas férias, não só para as férias como para nosso dia-a-dia.

Melhores práticas alimentares para enfrentar a depressão

Melhores práticas alimentares para enfrentar a depressão
Melhores práticas alimentares para enfrentar a depressão natalina – Foto de Team Picsfast
  • 5 refeições por dia:
    café da manhã (deve ser a refeição principal), almoço, janta e dois lanches ( um entre o café da manhã e o almoço e entre o almoço e a janta).
  • Beba muita água:
    A água é essencial para o nosso copo, entre tantos benefícios, cabe ressaltar que ela nutre o cérebro, previne dores de cabeça e ajuda na sensação de lucidez.
  • Para quem sobre de Ansiedade:
    Se você está passando por quadros de ansiedade é aconselhável o aumento de ingestão de gérmen de trigo, cereais integrais, banana, frutas secas, iogurte, vitaminas B6 e magnésio e diminuir o consumo de bebidas estimulantes e alcoólicas e a carne.
  • Para quem sofre de depressão:
    E para quem sofre de depressão é aconselhável aumentar a ingestão de aveia, gérmen de trigo, grão-de-bico, amêndoa, nozes, castanha-do-pará, castanha de caju, pinhão, abacate, levedura de cerveja, geleia real, vitaminas B1, B6 e C, folatos e ferro. E reduzir a ingestão e açúcar branco, gordura saturada e bebidas estimulantes como café e chá mate e bebidas alcoólicas. (fonte: O poder Medicinal dos Alimentos, Dr. Jorge Pamplona)

Para quem está sofrendo de depressão pode fazer uso de alguns chás.

O Dr. João Vaz, Naturopata e Nutricionista, nos passa, então, uma receita caseira para ajudar contra a depressão.

Receita de chá para depressão

1 colher de sopa de Mulungu

1 colher de sopa de Passiflora

600 ml de água.

Preparo:

Ferva por 7 a 10 minutos

Leia nosso Artigo: Curso Introdutório de Naturopatia Grátis

Dr. João Vaz, além disso, diz que consumir o óleo de linhaça, uma capsula antes das refeições, ajuda a equilibrar os hormônios

Conclusão

Podemos concluir que depressão natalina deve ser observada em relação a sua intensidade e o quão limitante ela é.

Sentir-se triste não necessariamente é um mal, pois a tristeza é também uma ferramenta importante para o nosso autoconhecimento.

Mas, se notar que ela está limitando outras partes da sua vida, é importante buscar ajuda.

Os familiares também podem ajudar. Entender que existem pessoas que não conseguem compartilhar o sentimento de alegria de todos e que isso não é algo contra as pessoas e o evento, mas uma luta interna que se trava. Sempre ofereça apoio, acolha, sem julgamentos, isso ajudará e muito.

Busque sempre uma vida saudável, com boa alimentação, boa qualidade de sono e atividade física.

Cuidado com objetivos e metas irreais, pois, muitas vezes queremos nos motivar e nos impomos metas que são impossíveis de serem alcançadas. Isso apenas gera mais insatisfação e pode, então, ser o gatilho para a ansiedade e depressão.

Procure a resolução de conflitos anteriormente criados, não os deixe sem solução, pois eles se acumulam a nos devoram.

E lembre-se de curtir esse período de festas de forma que se sinta bem e feliz.

Entre agradar familiares que você vê esporadicamente, ou mesmo que conviva, e cuidar de si, opte por priorizar sua vida, pela sua estabilidade emocional e satisfação.

Referências:

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Francy95 (2015). Perché nessuno mi ama? – Lettere al Direttore. [online] Lettere al Direttore. Disponível em: https://www.letterealdirettore.it/ [Acessado 29 Nov. 2022].

kamillamoreira (2019). Não me sinto amada pelo meu parceiro, o que devo fazer? | Arita – Treinamento de Inteligência emocional. [online] Arita – Treinamento de Inteligência emocional. Disponível em at: https://www.arita.com.br/ [Acessado 29 Nov. 2022].

Nations, U. (2022). Human Development Report 2021/2022. [online] United Nations. Disponível em: https://www.who.int/ [Acessado 29 Nov. 2022].

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‌Santagostino.it. (2019). Perché a Natale siamo più tristi? [online] Disponível em: https://psiche.santagostino.it/ [Acessado 29 Nov. 2022].

‌Zoli, S. (2020). Stigma: come affrontare il ‘veleno’ contro le malattie mentali. [online] Fondazione Umberto Veronesi. Disponível em: https://www.fondazioneveronesi.it/ [Acessado 29 Nov. 2022].


Valdir Bressane

Valdir Bressane

Valdir Bressane é escritor, redator, web designer e especialista em Marketing Digital, estudante de Letras. Com presença na web desde 2013, destaca-se na criação de vários blogs e sites com grande autoridade. Está em Laguia Brasil contribuindo com artigos relacionados aos seus nichos de trabalho, enriquecendo o conhecimento dos nossos leitores

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