Wing Chun Kung Fu – uma pequena introdução

Vamos ter uma pequena introdução ao Wing Chun, algo que eu particularmente adoro, pois trata-se de uma arte marcial extremamente sedutora.

Nós, brasileiros, adotamos o nome Wing Chun, dentre os muitos nomes pelos quais a arte é chamada.

Mas comumente encontramos materiais e mais materiais que o denomina Wing Tsun ou Ving Tsun, e nenhuma dessas denominações está incorreta, pois todas se referem a um sistema do velho Kung Fu Chinês.

Wing Chun é Kung Fu.

Embora possamos apontar as nítidas diferenças que se apresentam na prática, podemos entender que o Wing Chun é um sistema dentro dos muitos sistemas do Kung Fu.

Originalmente o Wing Chun era um sistema só conhecido por poucos, guardado em segredos por famílias praticantes.

Passado de geração para geração, se tornando cada vez mais sofisticada e aprimorada, resultando no que o Wing Chun é hoje.

A evolução dessa arte marcial sofreu várias influências ao longo do tempo que a tornou mais simples, mais direta e muito mais eficaz.

No Wing Chun temos um conjunto de conhecimentos interagindo a fim de superar toda e qualquer agressão.

Conhecimento científico e o Wing Chun

Todo o conhecimento do sistema Wing Chun é praticamente científico, abordando os mais diversos campos como a anatomia, ângulo e sensibilidade.

Com isso para que um novato se torne um lutador competente o tempo pode ser relativamente pequeno, menos de um ano.

Entretanto bem sabemos que a habilidade não é tudo é apenas o começo e que sempre é necessário o aprimoramento e treino constantes.

Muitos, erroneamente, confundem o Wing Chun com um sistema de autodefesa.

Mas podemos analisar essa afirmação e constatar muito mais coisa do que isso.

Não sejamos hipócrita o Wing chun é uma arma sofisticada e letal. Ele é a pura ciência do combate com o objetivo de incapacitar totalmente qualquer adversário.

Wing Chun, embora seja uma tão poderosa ferramenta, é simples, eficiente e realmente letal.

Auto defesa é outra coisa, talvez a capa da invisibilidade do Harry Potter seja um ótimo sistema de defesa.

Wing Chun é, portanto, uma verdadeira arma.

O conhecimento do Wing Chun é ilimitado.

Você nunca poderá dizer, de fato, que chegou ao fim do aprendizado.

Quanto tempo é necessário para se tornar um especialista do Wing Chun? Tenho sempre a mesma resposta

– uma vida já me parece o suficiente.

Wing Chun introdução à história

Muita coisa que chegou até os nossos dias sobre o Wing Chun são certamente lendas.

Lendas, portanto, enfeitadas, embelezadas, maquiadas pelas mais diversas razões e que não podemos levar ao pé da letra.

Perdemos muitos dos documentos históricos que atestariam a origem real do Wing Chun. Certamente consumidos no incêndio ao Templo Shaolin ou durante a Revolução Cultural.

E nos restou relatos baseados em boatos.

A história, melhor documentada do Wing Chun começa, de fato, com Yip Man… Mas, não.

Yp Man não é o criador do Wing Chun.

Embora, incontestável a sua contribuição, Ip Man não pode ser considerado o criador do estilo.

Wing Chun e o Templo Shaolin

Templo Shaolin - introdução ao wing chun
Templo Shaolin – introdução ao Wing Chun – Image by 4144132

A importância do Templo Shaolin para as artes marciais é realmente inegável e incomensurável, principalmente para o Kung Fu.

Quando falamos na introdução da História do Wing Chun não podemos desvinculá-la da história do Kung Fu.

O primeiro Templo Shaolin foi construído por volta de 495, na dinastia Wei do Norte pelo imperador Xiao Wen.

Esses templos exerciam forte influência na divulgação e propagação do Budismo no Oriente.

O mais importante Templo Shaolin fica no pé da montanha Songshan, na China.

No século VI Bodhidharma ensinou, então, a meditação aos monges e esses ensinamentos culminaram numa nova escola budista.

Esses exercícios envolviam, principalmente, técnicas de respiração e podem ter sido o início das artes marciais chinesas.

E os Templos criaram verdadeiro exército.

Há aproximadamente 1.500 anos o templo contava com mais de 1.500 monges, dos quais um terço eram hábeis para o combate.

Tai Zong foi o primeiro imperador que fez uso das habilidades de luta dos monges pois nutria pelos monges Shaolin confiança e, em contrapartida, obtinha proteção nos momentos de perigo.

Tai Zong teria mesmo desejado que os monges fizessem parte do time de guarda costas dele.

No entanto os monges teriam alegado que o Templo Shaolin era sua prioridade e por tal, de lá não podiam se afastar.

Um socorro que trouxe a desgraça ao Templo Shaolin

Mil anos se passaram desde que o último imperador pensasse em pedir socorro aos monges do Templo Shaolin, até que em 1674 cento e vinte oito monges Shaolin, liderados por Zheng foram ao auxílio de Qing Kangxi, imperador chinês.

E como previsto a ajuda dos monges Shaolin decidiram a batalha e Qing Kangxi.

Entendo o poderio do pequeno exército, decidiu que devia tê-los ao seu lado em todas as batalhas e em tempo integral ao seu lado. Os monges recusaram novamente o convite.

À princípio o imperador entendeu a escolha dos monges, entretanto, mais tarde, persuadido de que a recusa era um insulto ao imperador, enviou seu exército liderado por Ma Ningyi contra o mosteiro.

Poucos monges sobreviveram e o templo foi completamente destruído em chamas.

Uma lenda relata que apenas 5 monges teriam sobrevivido ao ataque e, esses monges, entendendo que as técnicas de luta que detinham eram, por vezes, ineficazes, trataram de inventar novas e melhoras aos seus sistemas de combate.

Esses cinco são falados em toda a história relacionada ao Kung Fu.

Eles são os Cinco Ancestrais, e credita-se a eles a sobrevivência do estilo Shaolin.

Além de revisarem pontos importantes do sistema de luta – até, então, havia uma necessidade ainda maior, o estudo das artes de lutas dos monges Shaolin era lenta e demorada, – isso culminou na busca de novas técnicas que pudessem ser eficazes e rápidas para o aprendizado.

Novos princípios da arte marcial foram colocados em prática.

O Templo Shaolin foi invadido e destruído. Monges foram mortos e outros fugiram.

Entre os mais importantes monges que fugiram do Templo na segunda invasão, está a freira budista Ng Mui.

Ng Mui

Ng Mui era, então, a mais velha dentre os monges e a de maior habilidade, como conta a lenda.

Em fuga, Ng Mui encontrou e tomou como discípula uma jovem chamada Yim Wing Chun (Linda Primavera). Ng Mui ensinou a ela tudo o que sabia.

Esse conjunto de técnicas foi que Yim  Wing Chun usou para se livrar com sucesso de um pretendente indesejado à sua mão.

Dois séculos que mudaram tudo

A jovem Yim Wing Chun casou-se, dessa vez, com alguém que ela queria, Leung Bok Cho, com quem compartilhou, além da vida, todo o seu conhecimento em artes marciais.

Seu marido tornou-se, então uma figura de respeito e expoente muito proficiente da arte.

Leung Bok Cho então foi mestre de Leung Lan Kwai, um fitoterapeuta.

Leung Lan Kwai, por sua vez ensinou a Wong Wah Bo que trabalhava em uma trupe de Ópera.

E Wong Wah Bo foi mestre de Jee Shin.

Toda essa parte inicial da história do Wing Chun é feita com base em especulações, nada oficial, não documentada.

A partir do final de 1800 a História do Wing Chun passou a ser narrada e documentada, de fato.

Wing Chun Grandes Mestres
Wing Chun Grandes Mestres – foto wikmedia

Em breve continuaremos essa introdução do Wing Chun, apresentando Mestre Ip Man.


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